sábado, 24 de outubro de 2020

Sem cuecas, já

Por Raul Tartarotti*

As cuecas, sutiãs e meias não são mais acessórios somente de suporte e proteção de nossos órgãos especiais.  Viraram malas, as vezes cofres, caso a viagem seja longa.  Até na canela são  encontrados objetos de alto valor agregado; tornozeleiras por exemplo.

Mal sabemos que todas escolhas de seus usuários, foram de cunho rápido e intempestivo, e que talvez, tenha sido sua única opção naquela hora fatal.

Já tem fabricante entregando cueca com bolsinho.  Seria pra colocar a mão pra descansar, ou é para sair sem calça na rua,  já que o bolso está disponível no paninho?

Chico Rodrigues, o então vice líder do governo, foi flagrado pela PF com R$ 15 mil na parte interna, central, traseira de sua cueca; perpendicular a ela; estava na frente da porta de saída.

Tinham lá muitas notas de R$200,00, o que explica porque foram criadas. Ainda não experimentei guardar na minha cueca, porque mal tenho algumas patacas no banco.

Imagine se vira moda, e as lojas passam a ter em suas vitrines uma numeração de cuecas para transporte de R$5 a 30 mil; acima disso, você tem que trazer um amigo pra dividir. As cores devem ser escuras e de panos grossos, a famosa cueca de couro seria a top de linha, pois não dá nenhuma pista do conteúdo avantajado.

Acabaríamos com o fio dental; que pena, ele sempre nos mostrou tudo.

As meias e sutiãs estão liberadas pra qualquer valor, porque estão fora de moda para esse fim.

O fato marcante, e repetitivo é que o dinheiro público navegou, novamente, fora do bolso do povo, e na cueca do outro.

Esse que espera mais saúde,  segurança e emprego, não tem o vestuário correto para receber tanto; por isso, devemos proibir o uso dessas cuecas modelito grande, ou com bolso traseiro, ou lateral, assim vamos evitar a corrupção; a culpa é das cuecas, vamos acabar com elas que a corrupção vai junto.

Dia 15 de novembro vem aí, com uma urna sem bolso, sem documento;  talvez só com seu dedinho você escolha o prefeito e vereador. 

A população já sem salário e cueca, não tem onde guardar suas moedas, pois até o bolsinho íntimo lhe falta.

Feliz do povo que conseguir abolir suas partes íntimas do vestuário, abaixo as cuecas, já.

*Escritor, Cronista, Eng. Biomédico e Pesquisador